Distrofia simpático-reflexa ou Causalgia

Essas disfunções são caracterizadas por apresentar vários nomes na literatura médica e uma certa confusão em se fazer seu diagnóstico e tratamento. Também são chamadas de Síndrome da dor pós-traumática, causalgia, síndrome ombro-mão, síndrome de Sudeck, distrofia simpática pós-traumática, neuralgia traumática, síndrome da dor pós-traumática, etc.

Nessa seção serão abordadas essas doenças, nos casos em que elas atingem os membros superiores (braço, antebraço e mãos), pois essas podem ser tratadas com uma cirurgia realizada pelo cirurgião do tórax. Quando ocorrem em outros locais do corpo, são tratadas por neurocirurgião, cirurgião vascular, cirurgião geral, etc.

O Dr. Malucelli possui longa experiência na medicina do tórax no Brasil e já realizou centenas de cirurgias em adultos e crianças.

Definição e Sintomas

Essas disfunções, quando ocorrem nos membros superiores (braço, antebraço e mãos), geram no paciente uma dor local de forte intensidade, tipo “facada” ou queimação, e que pode se irradiar para outras áreas como: pescoço, região anterior do tórax, mama e até face. Essa dor pode ser desencadeada quando a pessoa movimenta o membro, ou por estímulos externos como: algum barulho (ex: o bater de pratos ou de uma porta, etc), frio, calor ou mesmo por estímulos de ansiedade, nervosismo ou susto. A pessoa pode sentir dor forte até com o contato leve de roupas ou de carícias no local.

Podem ainda ocorrer a diminuição da temperatura no local (mãos frias) ou sudorese excessiva – mãos suadas. Alguns pacientes apresentam edema (inchaço local) e alterações como: atrofia (diminuição) muscular, desmineralização (destruição) óssea e alterações no crescimento das unhas, pêlos, pele fina, etc.

Por que isso ocorre?

Essa disfunção geralmente ocorre após a pessoa ter sofrido algum tipo de trauma local. Pode acontecer após um acidente automobilístico com trauma nas costelas superiores (fraturas), trauma do ombro, fratura ou luxação da clavícula ou lesões do pescoço. Pode também ocorrer após um ferimento por arma de fogo (revolver) ou arma branca (faca).

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da investigação clínica e exame físico. Algumas vezes haverá necessidade de uso de medicamentos para teste terapêutico. Quando a pessoa apresenta fraturas associadas (ombro, clavícula), pode haver dificuldades no diagnóstico.

Tratamento clínico (não cirúrgico)

O tratamento clínico não é específico para essa disfunção. É realizado através de acupuntura, fisioterapia e do uso de medicamentos para eliminar a dor (analgésicos, antiinflamatórios, corticóides, antidepressivos tricíclicos, etc).

Tratamento cirúrgico

Quando há indicação, realiza-se a cirurgia para corrigir uma fratura ou luxação do local.

Quando não há essa indicação, realiza-se o tratamento para eliminar a dor e, eventualmente, evitar que ocorram as alterações tróficas (pele, unhas, ossos, músculos, articulações, etc). A cirurgia que pode ser realizada é a interrupção da mensagem do sistema nervoso simpático dos dois lados do tórax feito por vídeo-cirurgia do tórax.

Resultados

Os resultados dessa cirurgia são questionáveis na literatura mundial pois as vezes há uma melhora transitória por 5 anos e as vezes não há melhora significativa.